Os números da desigualdade
Os dados divulgados pelo INE confirmam o ‘carácter estrutural’ do desemprego no País e confirmam também as responsabilidades do Governo do PS no seu agravamento. Esta situação é tão mais preocupante quanto o aumento do desemprego tem sido acompanhado pela “regressão dos níveis de protecção social existentes”.
Neste momento, um em cada quatro trabalhadores é precário, ou seja, mais de 1 milhão e 200 mil pessoas. Sejam trabalhadores com contrato a prazo sejam os chamados ‘falsos recibos verdes’. Como resultado da precariedade verificou-se a liquidação, em apenas um ano, de largas dezenas de milhares de contratos sem termo. Estes postos de trabalho permanentes estão hoje ocupados por trabalhadores contratados a prazo, com falsos recibos verdes, em trabalho temporário ou em bolsas de formação e investigação.
Desemprego:
● A taxa de desemprego em sentido restrito atingiu, no segundo trimestre de 2007, 7,9%, ou seja, 440.599 trabalhadores;
● Em relação a igual período do ano passado, há mais 34.900 desempregados, mais 8,6%;
● Acrescentando os inactivos disponíveis para trabalhar (80.300) e o subemprego visível (68.100), o número de desempregados atinge os 588.900 trabalhadores, 10,4% do total dos trabalhadores;
● O aumento do desemprego atinge sobretudo as mulheres. A taxa de desemprego das mulheres está nos 9,4%. Dos novos desempregados (34.900), 32.700 são mulheres;
● A taxa de desemprego dos jovens entre os 15 e os 24 anos atingiu o valor de 15,3%, quase o dobro da média nacional;
● O desemprego nos licenciados subiu, de um ano para o outro, 25,1%. Existem hoje 50.800 licenciados no desemprego, mais 10.200 do que no segundo trimestre de 2006;
● Cerca de metade do desemprego é de longa duração. No final de Junho, 221 mil trabalhadores procuravam emprego há menos de 12 meses, e 216.400 faziam-no há mais de um ano;
● Desde que o Governo entrou em funções, o número de desempregados cresceu de 399.300 para os actuais 440 500. Na campanha eleitoral, o PS prometeu criar 150 mil postos de trabalho.
Precariedade:
● Entre o 2.º trimestre de 2006 e igual período de 2007, surgiram mais 77.800 trabalhadores com contratos a prazo, atingindo o valor mais elevado de sempre: 863.700 trabalhadores;
● Os trabalhadores a tempo parcial aumentaram em 40.800, sendo já 630.200;
● Foram liquidados, em menos de um ano, 77.600 contratos de trabalho sem termo;
● Somando os 379.135 trabalhadores que estão na situação de ‘falso recibo verde', conclui-se que 1.242.835 trabalhadores têm um vínculo precário. Ou seja, 1 em cada 4 trabalhadores é precário.
Riqueza:
● Os lucros dos cinco maiores grupos bancários em conjunto com a GALP, PT, EDP e SONAE somaram mais de 5,3 mil milhões de euros em 2006;
● A remuneração média de cada membro de conselho de administração das empresas cotadas na bolsa representa 31,5 mil euros/mês. Grande parte deles foi aumentada sessenta vezes mais do que um trabalhador comum;
● As fortunas dos 100 mais ricos de Portugal aumentaram 35,8% em apenas um ano, atingindo o valor de 34 mil milhões de euros;
● O mais rico entre os ricos (Belmiro de Azevedo), em apenas um ano praticamente duplicou a sua fortuna passando de 1.779 milhões, para 2.989 milhões de euros.