Maiorias de direita
“O problema de Lisboa não está nas maiorias que se formam, mas sim nas políticas que se viabilizam”.
O candidato às eleições de 15 de Julho da coligação que agrega PCP e Partido Ecologista “Os Verdes”, Ruben de Carvalho, contrariou ontem à noite no Comício realizado na Aula Magna, a “teoria” de que a “estabilidade e eficácia da acção executiva e governativa” depende de “maiorias absolutas”, pois a ser assim a CML não tinha chegado ao “descalabro” a que chegou.
Para Ruben de Carvalho, as eleições foram “tornadas inevitáveis pela devastadora crise política que fez soçobrar uma maioria de direita instalada na autarquia há seis anos”. “Há estabilidade quando se governa bem e no interesse do povo, há instabilidade quando se governa mal e contra os interesses do povo. A maioria absoluta PSD-CDS desmoronou-se na CML no meio de um vendaval de episódios entre o gravíssimo e o caricato”.
Cláudia Madeira, candidata do PEV, referiu também que não foi por existir um executivo com maioria nos últimos seis anos que a CML manteve as melhores relações institucionais no seio do município, nem implementou medidas que fossem de encontro às necessidades de quem vive e trabalha na cidade. Bem pelo contrário. Houve aliás um longo diálogo de surdos entre as Recomendações aprovadas por unanimidade na Assembleia Municipal e o posterior desempenho do executivo.
“Para resolver os seus problemas, Lisboa não precisa de uma maioria absoluta, precisa de uma política boa, de outra política, de uma política alternativa”, concluiu Ruben de Carvalho, referindo-se aos constantes pedidos de maioria de outros candidatos.
A apresentação dos oradores ficou a cargo de Corregedor da Fonseca da Intervenção Democrática. Antes das intervenções, os vários milhares de apoiantes da CDU foram animados com a actuação do Grupo Andarilho, interpretando várias “clássicas” cantigas de esquerda e foram preparando o coro “A CDU avança, com força e confiança”, contra as maiorias de direita. Apenas a CDU se apresenta aos lisboetas eleitores com um programa alternativo às políticas de direita.
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