O distrito de Lisboa está em alerta amarelo, com temperaturas mínimas de sete graus e máximas de quinze, prevendo-se para esta 6ª fª temperaturas mínimas de nove graus e máximas de quinze.
Ora, a população sem-abrigo de Lisboa é constituída maioritariamente por homens, alcoólicos, com idades entres os 35 e 44 anos, fixados sobretudo nas freguesias dos Anjos e do Socorro, segundo um levantamento da equipa de rua da autarquia efectuado em Maio.
Na altura, foram identificados 1187 sem-abrigo ao longo do ano de 2007, contactados pelas equipas de rua ou em atendimento social, a esmagadora maioria são homens (83%), e têm entre 34 e 44 anos (26%), 25 e 34 anos (22%) e 45 e 54 anos (21%). O alcoolismo afecta 49% dos sem-abrigo, que são igualmente vítimas de toxicodependência (32%) e de problemas mentais (20%).
Por isso as equipas de rua de apoio aos sem-abrigo de Lisboa estão a ter cuidados adicionais, como distribuição de agasalhos, apesar de não se justificar accionar o plano de contingência do frio, informou a vereadora da Acção Social. Além da distribuição adicional de cobertores e agasalhos, são igualmente distribuídos alimentos mais calóricos e quentes.
O plano de contingência em caso de vaga de frio só é accionado quando o concelho está abrangido por um alerta laranja, o que não é o caso de Lisboa, que está - ainda - como todo o distrito em alerta amarelo.
A autarquia está a acompanhar, contudo, diariamente, as temperaturas enviadas pelo Instituto de Meteorologia de manhã e à tarde, conforme é definido pelos procedimentos a adoptar em caso de alerta amarelo.
Para accionar o plano de contingência é igualmente necessário que as condições meteorológicas obedeçam a um índice científico (índice Wind-Shield), que resulta da conjugação entre a temperatura, velocidade do vento e humidade do ar. Para o cálculo deste índice, é levada em conta uma temperatura inferior a quatro graus centígrados durante dois ou mais dias consecutivos, bem como níveis do vento e humidade.
O plano de contingência é definido pela CML, através dos serviços de Acção Social e Protecção Civil, e envolve igualmente as instituições de solidariedade social que trabalham com a população sem abrigo.