Militares saem à rua e exigem dignidade
Sobreda, 17.10.08
No Orçamento de Estado para 2009, divulgado esta semana, os encargos com a saúde na área da Defesa decrescem cerca de 35%, menos do que a estimativa de execução deste ano, enquanto os valores para as pensões de reserva se mantém.
Antes mesmo de o Orçamento ser conhecido, os militares já apelavam a que se pugnasse pela “defesa da dignidade e da família militar”. Aliás, é este mesmo o objectivo da concentração nacional das Forças Armadas, marcada para sábado à tarde no Rossio, seguindo para o Terreiro do Paço, e à qual já aderiram as três associações que a representam: Associação dos Oficiais das Forças Armadas (AOFA), Associação Nacional de Sargentos e Associação de Praças da Armada.
De acordo com o secretário-geral da AOFA; em causa está a “crescente degradação das condições sociais e de assistência dos profissionais militares”, pois há atrasos no pagamento de comparticipações de saúde e dívidas de milhões de euros relativas ao fundo de pensões”.
Além disso, as três associações criticam o “secretismo” com que o Governo tem levado a cabo as reformas na área da defesa nacional, nomeadamente no que toca às alterações da carreira militar. Estima-se que milhares de militares - que não deverão ir fardados - marquem presença neste encontro nacional.
Em conferência de imprensa, o presidente da Associação Nacional de Sargentos referiu que o Orçamento de Estado de 2009 prevê uma “redução em 30% dos encargos com a Saúde” dos militares e “não contempla verbas” destinadas a “suprir a dívida”, que inclui montantes relativos ao complemento de pensão de reforma, pagamentos a antigos combatentes, suplementos de reinserção e de residência, o que faz com que os militares vivam num clima de “enorme intranquilidade, mal-estar generalizado”, o qual poderá “afectar, de forma grave, a coesão das Forças Armadas” 2.
1. Ver Meia-hora 2008-10-16, p. 6