A Plataforma Sindical espera 100.000 professores na manifestação de amanhã, sábado. A faixa “Da indignação à exigência, deixem-nos ser professores” guiará o protesto, onde o modelo de avaliação não será esquecido.
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Para o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), o Ministério da Educação “vai ter a resposta que merece à forma como tem tratado a classe” e como “tem vindo a impor, com teimosia, este modelo de avaliação, que influencia negativamente o dia-a-dia das escolas, provocando instabilidade”. O dirigente do Sindicato acredita que a iniciativa terá uma dimensão semelhante à registada a 8 de Março, que terá juntado cem mil professores, e que tal só é possível graças “à capacidade de uma classe unida”.
A confiança do dirigente sindical, baseia-se também no número de autocarros que deverão chegar a Lisboa, vindos de todos os pontos do país. Adiantou que, por exemplo, só quatro sindicatos afectos à Fenprof já têm mais 94 autocarros previstos do que aqueles que foram alugados para a “Marcha da Indignação”.
O protesto deverá complicar o trânsito em Lisboa, sobretudo na Avenida da República, Praça do Saldanha, Fontes Pereira de Melo, Marquês de Pombal, Avenida da Liberdade e Praça dos Restauradores.
No plenário de professores, previsto para já na Alameda da Cidade Universitária, deverá ser aprovada uma moção com algumas exigências ao Governo: mudança de políticas educativas e, em concreto, a suspensão da avaliação de desempenho, bem como um início rápido de uma negociação para alterar o modelo de avaliação. “Não é possível um Governo deixar de retirar ilações políticas quando em menos de um ano tem dois protestos com mais de dois terços dos profissionais da classe”.
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Do ponto de vista de sociólogos, “se a manifestação for muito participada como em Março, porque a fasquia está muito elevada, e se essa mensagem for bem passada, a bola passa para a capacidade e nível de abertura do Governo para negociar alterações no sistema de avaliação”. “É importante distinguir entre questões financeiras, onde claramente parece agora haver margem de manobra, e questões de opção política, tal como a avaliação de professores. No que diz respeito aos docentes, a anterior tentativa de forçar o Governo a recuar nesta matéria deu frutos, pelo que com certeza deverão insistir” 1.
O número de autocarros para transportar os professores de vários pontos do País vai já na ordem dos 700, ultrapassando em uma centena os que foram alugados para o histórico protesto de Março. Por isso, e como a Plataforma Sindical estima uma adesão “gigantesca” a esta manifestação de professores, voltaram a alterar o percurso.
Assim, a concentração começa às 14h30 no Terreiro do Paço, onde decorrerá um Plenário Nacional de Professores entre as 15h e as 16h, com intervenções dos principais líderes sindicais. Segue-se a manifestação que passará pelo Rossio, Restauradores e Avenida da Liberdade até ao Marquês de Pombal, onde será aprovada uma resolução a exigir ao Governo a suspensão do modelo de avaliação de docentes e o início de novas negociações 2.