Na Escola 34, na Alta de Lisboa, ao Lumiar, onde estudam 330 crianças com idades entre os 3 e os 14 anos, houve em tempos um matagal que deu lugar a uma horta, que rapidamente se transformou na menina-dos-olhos dos professores, auxiliares e alunos.
Num terreno lavrado e cultivado por muitas mãos, na Alta de Lisboa, crescem couves, favas, feijões, ervilhas, batatas, cebolas, cenouras, pepinos, pimentos e outras espécies hortícolas. No ano lectivo passado, as abóboras transformaram-se num doce que foi comido com tostas por todos os alunos, junto de quem se tenta, através do projecto da horta, promover uma alimentação mais saudável.
É por isso que para este ano lectivo estão reservadas para a festa do dia das bruxas. Os pais contribuíram para a plantação com sementes e plantas, e são também eles os principais clientes compradores dos produtos que os alunos vendem à porta da escola sempre que há colheitas.
Também naquele bairro da Alta de Lisboa poderá nascer nos próximos tempos uma outra horta, esta comunitária, sonhada por um morador e arquitecto que tem vindo a recrutar futuros hortelões. O mentor da ideia adianta já que conseguiu convencer “mais de 40” e precisa que vai tentando tentar reunir o maior número de apoios para o projecto, incluindo o necessário terreno.
Uma das ambições desta horta comunitária é aproximar os moradores realojados naquela zona da cidade dos que lá compraram casa, contribuindo para uma maior harmonia entre este ‘mix social’ e para o aumento do sentimento de pertença dos próprios ao todo da comunidade. A produção, explica o arquitecto paisagista Jorge Cancela, será biológica e a zona a cultivar terá que ter "um acesso relativamente fácil, seja de automóvel, seja pedonal", além de fornecimento de água e uma vedação.
O projecto e a eventual cedência de um terreno por parte da Câmara Municipal de Lisboa já estão a ser analisados pelos serviços da autarquia, garante aquele arquitecto paisagista.
No mesmo sentido, e segundo a CML, que aponta os exemplos das hortas no Vale Fundão e no Bairro Padre Cruz, o desafio da autarquia é intervir nas hortas comunitárias já existentes, algumas das quais em espaços privados e que não têm fornecimento de água ou acessos em condições, garantindo que nenhum dos hortelões deixa de ter um espaço de cultivo.
A autarquia diz que o seu plano é mais ambicioso e inclui, num prazo de dois anos (sempre os prazos das ‘calendas gregas’), a criação de hortas em Campolide e Telheiras, e que tentará melhorar os espaços já existentes na Quinta da Granja, Vale Fundão e Bairro Padre Cruz.