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JOSÉ DIAS COELHO, um jovem e talentoso escultor, com 38 anos, foi assassinado pela PIDE na Rua que agora tem o seu nome, a antiga Rua da Creche.
Por isso, hoje, dia 19 (6ª fª), vai ser lembrado o 47º aniversário do assassinato deste escultor e militante comunista pela PIDE, às 18h30 na Rua José Dias Coelho (junto à paragem da Carris), em Alcântara.
Faz hoje 47 anos, que «Na noite de 19 de Dezembro de 1961, José Dias Coelho, funcionário clandestino do PCP, seguia pela Rua dos Lusíadas. Cinco agentes da PIDE saltaram de um automóvel, perseguiram-no, cercaram-no e já na Rua da Creche, dispararam dois tiros. Um tiro à queima-roupa, em pleno peito, deitou-o por terra. O segundo tiro, foi disparado com ele já no chão. Os assassinos meteram-no no carro e partiram a toda a velocidade. Só duas horas depois, quando estava a expirar, o entregaram no Hospital da CUF.»
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«Artista plástico de mérito reconhecido, José Dias Coelho aderiu ao PCP com pouco mais de vinte anos e algum tempo depois passou a funcionário clandestino. Entre muitas tarefas que desempenhou, nomeadamente a de responsável pelo Sector Intelectual de Lisboa do PCP. Da actividade de José Dias Coelho enquanto funcionário do PCP, sobressai o importante trabalho, realizado com Margarida Tengarrinha, relacionado com a falsificação de documentos de identidade necessários aos quadros clandestinos do Partido Comunista Português.»
«De todas as sementes deitadas à terra, é o sangue derramado pelos mártires que faz levantar as mais copiosas searas»: eis a legenda que José Dias Coelho escreveu na sua última gravura, criada um mês antes de ser assassinado, e representando o assassínio do operário Cândido Martins (Capilé) à frente de uma manifestação popular».
Ao relembrar-mos esta data histórica, além de pretendermos homenagear um homem de valor, pretendem ainda os comunistas de Alcântara, chamar a atenção da população em geral e em particular a da nossa Freguesia, para os perigos que põe em risco a nossa jovem democracia e as conquistas pelas quais Comunistas como Dias Coelho já lutavam no seu tempo.
Nem a história pode ser reescrita ou esquecida, nem o Capitalismo mudou a sua forma de estar no Mundo. Utilizando disfarces e dispondo das mais modernas tecnologias e formas de organização, o Grande Capital compra e manipula aqueles que “dizem ser do povo e ser de esquerda”, para atingir os mais elementares direitos das populações, dos trabalhadores e dos reformados.
Os ataques às conquistas dos trabalhadores continuam e intensificam-se. É o Pacote laboral, o Serviço Nacional de Saúde, o Ensino, os Militares, a Função Publica, os pequenos empresários e comerciantes, etc. Somos todos nós que estamos a ser atingidos por medidas que em nome da austeridade e da crise, nos colocam em situações que não se verificavam mesmo antes do 25 de Abril.
Por isto lembrar esta triste data, é importante para nós e para todos os democratas, pois nunca sabemos o que nos guarda o dia de amanhã. Ao relembrar-mos o recente passado de luta contra a tirania, assumimos com o Povo, o compromisso de estarmos à altura de continuar essa luta, na defesa os seus interesses e das suas legítimas aspirações.
Como cantava o Zeca, “A morte saiu à rua num dia assim!”