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Blogue conjunto do PCP e do PEV Lumiar. Participar é obrigatório! Vê também o sítio www.cdulumiar.no.sapo.pt
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Realizou-se na passada semana um debate sobre o património cultural de Lisboa, com a participação de Ruben de Carvalho, Alice Vieira, Filipe Diniz, Tiago Saraiva e Abdissa Gamada, os quais reafirmaram a necessidade de se dar mais força à CDU para que se defenda melhor a cultura, o património e a vida dos lisboetas.
Na ocasião, o cabeça de lista da CDU à CML, após criticar as “profundas alterações da realidade urbana” com as operações de reabilitação feitas pela maioria de direita nos últimos seis anos, defendeu que a reabilitação de habitações e património cultural, por serem inseparáveis das pessoas, são essenciais para manter o perfil das populações.
Como exemplo, referiu Alcântara, que de “bastião da classe operária” passou a estar ocupado por condomínios privados que “se apropriaram do espaço, da luz, da água, da vista e da claridade”. “A recuperação urbana não é um negócio, é um serviço público e uma responsabilidade municipal”, salientou, acrescentando que “os padrões pioneiros” estabelecidos quando a CDU estava no governo da cidade foram depois alterados “com prejuízo para Lisboa”.
Para a CDU, é essencial “manter o carácter dos bairros e das ruas”, sendo “preciso uma ligação dos lisboetas à cidade, que só acontece se eles ali se sentirem bem e não acontece quando, por exemplo, os autocarros da Carris andam a 18 quilómetros por hora e se demora três horas a chegar a qualquer lado”, acrescentou.
O cabeça de lista da CDU criticou ainda, numa posterior visita à zona, o projecto do Porto de Lisboa para construir uma zona comercial associada ao terminal para cruzeiros no Tejo frente a Alfama, alertando que será “uma muralha” que destruirá a vista do rio.
“A Câmara não pode alhear-se de nenhum projecto que diga respeito à cidade. A Câmara tem que levantar o problema junto da administração central”, defendeu o candidato comunista, alertando que o projecto do Porto de Lisboa prevê “construção em altura de dois ou três pisos”. “Fazer um terminal para cruzeiros, até aí tudo bem. Mas preparam-se para fazer ali um centro comercial, ao longo de um quilómetro do cais e com dois ou três pisos de altura, ou seja, uma muralha que destruirá toda a visão de Alfama para o rio...”
Sobre o projecto do Porto de Lisboa, o candidato da CDU considerou ainda que “até do ponto de vista económico” a ideia de um centro comercial no cais será prejudicial à cidade, prevendo que os turistas prefiram ali fazer as suas compras, e não saiam para a baixa da cidade, criticando por nos últimos seis anos na CML se ter “transformado a recuperação de prédios antigos” em meros “negócios e especulação”.
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Descubra as diferenças… se as houver.
Não, não existe montagem nas fotografias. As datas são reais e as fotos distam um ano e sete meses entre si. O edifício nem uma latinha de tinta mereceu. O estado de recuperação da Ermida ou Capela de S. Sebastião na Estrada do Paço do Lumiar, com seu portal manuelino, é… parado.
O edifício, que no ano que vem vai perfazer 380 anos, justificava uma séria intervenção de fundo por parte das instituições responsáveis pela recuperação do património, bem como a Quinta de Nossa Senhora da Paz, ou o fronteiro edifício da casa onde faleceu o poeta Cesário Verde 1. Mas o executivo que esteve à frente dos destinos do município durante os últimos 6 anos sempre optou estrategicamente por anunciar a prioridade na venda das quintas e palacetes da cidade, relegando para as calendas este valioso património histórico.
Está atestada, através de documentação, a existência de um Paço e extensa Quinta que foram propriedade do rei D Afonso III, tendo sido, mais tarde, objecto de doação por D. Dinis ao seu filho ilegítimo, D. Afonso Sanches. Embora não se conheçam provas materiais do edifício do Paço, julga-se que este se encontrava localizado no espaço ocupado, hoje, pelo Largo do Paço.
O Paço e a Quinta foram alvo de confisco por parte de D. Afonso IV, passando a integrar os bens da coroa. O parcelamento da propriedade veio dinamizar o processo de povoamento do local, desenvolvendo-se um núcleo residencial que permanece isolado até aos nossos dias, por se encontrar rodeado por quintas que atestam a fertilidade dos solos do Lumiar.
A classificação do núcleo urbano do Lumiar comporta quer a aldeia - que mantém um carácter unitário, quer as Quintas que a rodeiam, como é o caso da Quinta dos Azulejos com riquíssima decoração de painéis de azulejos policromos setecentistas, a Quinta das Hortências, a Quinta do Marquês de Angeja, a Quinta do Monteiro-mor e esta Capela de São Sebastião.
O conjunto do Paço do Lumiar constitui um conjunto patrimonial protegido pelo IPPAR como ‘imóvel de interesse público’ 2. Para esta Câmara e Junta parecem não ter qualquer… interesse.
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Cesário Verde, que nasceu junto à Sé em Lisboa, em 1855, no seio de uma família burguesa e frequentou, durante algum tempo, o Curso Superior de Letras, passou os últimos anos da sua vida em casa de um amigo no Lumiar, onde veio a falecer em 1886, vítima da doença da época, a tuberculose 1. No ano seguinte, o seu amigo Silva Pinto edita uma recolha de poemas de Cesário Verde, compilando-os numa obra intitulada “O Livro de Cesário Verde” (de 1887, edição póstuma) 2.
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Conhece-se que "a Direcção Municipal de Reabilitação Urbana da CML é o serviço que gere os bairros históricos de Lisboa, como Alfama, Mouraria, Madragoa, Bica e os núcleos dispersos de Carnide, Paço do Lumiar, Rua do Lumiar, Olivais, Ameixoeira e Pátios e Vilas. Esta Direcção tem por função recuperar, a nível físico, os edifícios e respectivas fracções dessas zonas e também ao nível social acompanhar a população que é uma população em geral envelhecida e carenciada. A função da CML/DMRU é a de tentar dar melhores condições de habitabilidade nestas zonas históricas".
Ah é? Então vejamos algumas casas da Rua do Lumiar sem (mais) legendas, porque as imagens dizem tudo sobre o estado do abandono em que se encontram as habitações, incluindo as municipais.
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Diz-se que não há duas sem três e este imponente edifício merece-o.
Este palacete com algumas características rurais localiza-se no Largo de São João Baptista nº 1. Aparentemente, o rés-do-chão do corpo principal está habitado, estando desocupados os andares restantes as casas anexas. No rés-do-chão funciona uma florista. As traseiras estão viradas para o final da Avenida Padre Cruz/Calçada de Carriche.
A casa tem fachada para o Largo, onde se situa a Igreja Paroquial do Lumiar, que se divisa ao fundo.
O edifício faz parte de um conjunto de casas rurais do século passado localizadas à saída da aldeia do Lumiar e do Paço do Lumiar, próximo da Calçada de Carriche, um dos eixos principais do trânsito pendular entre Lisboa e as cidades satélites. Os muros desta casa, conjugados com os do Museu do Traje estrangulam o trânsito para uma via única à entrada da Estrada do Lumiar. Na imagem, junto ao portão, vemos os semáforos e na imagem da fachada lateral vê-se a estreita passagem.
O espaço é exíguo e sem passeio, mas os transeuntes arriscam a passagem. Como o Museu em frente está classificado, suspeita-se que a casa venha a ser parcialmente demolida para alargar a via, com eventuais contrapartidas urbanísticas. Aliás, um dos lotes vizinhos no topo sul foi já transformado em condomínio fechado.
Numa distância de 100 metros há várias casas rurais, mais ou menos abastadas, algumas com características aristocráticas, ou recuperadas como os Museus do Traje e do Teatro que incluem um belo jardim com lago na encosta que desce para Odivelas - o Parque do Monteiro Mor.
Porém, as traseiras do nº 1 do Largo de São João Baptista apresentam ainda este aspecto desolador.
Também aqui se aguarda pela recuperação do património...
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Na Rua do Lumiar existem vários exemplos de edifícios em péssimo estado, alguns deles totalmente irrecuperáveis, quer porque lhes arrombaram os portões, quer por terem ardido ou entrado em derrocada, bem como por lhes terem acabado por emparedar portas e janelas. E o Município - CML e JFL - mantém-nas ao abandono. Talvez porque prevejam vir a editar um roteiro turístico local sobre incompetência em reabilitação urbanística.
Eis mais três exemplos que dilaceram a alma e a vista do transeunte ou de quem acaba de chegar à cidade por um dos seus acessos Norte.
Um caso típico é o que ainda subsiste nos nºs 131 e 133, junto à Travessa do Picadeiro, uma casa de três pisos com uma água furtada recuada.
Esta casa com o nº 133 remata a Rua do Lumiar que, juntamente com as suas transversais, foi cortada e viu as suas casas demolidas para se construir a Calçada de Carriche. Por ali se cumpriam os últimos quilómetros da Volta a Portugal em Bicicleta até à já inexistente chegada na pista do estádio José de Alvalade.
Mais perto da Travessa do Alqueidão, no nº 111, existiu até há algum tempo um estofador em actividade. Lamenta-se que do edifício apenas reste a sua característica fachada em azulejos, com baluarte em mármore no topo do telhado.
Apenas pelas traseiras do nº 109 facilmente se percebe que ruiu todo o interior do edifício. A pequena chaminé cónica indicia o tipo de indústria artesanal que ali decorria. As traseiras foram entaipadas, mas hoje antevê-se a ‘ameaça/esperança’ de início de empreitada a qualquer momento.
Num dos andares do nº 75 depreendemos a existência de cortinas e a dúvida de uso subsiste.
Talvez pareça anómalo mas, circulando pelas traseiras do nº 79 e torneando a Rua do Alqueidão, reconhece-se que a casa se encontra de facto parcialmente habitada no primeiro piso e águas furtadas. A fotografia não consegue fazer jus ao surreal amontoado de lixo e dejectos que por lá jazem, virados para a Av. Padre Cruz e expostos para turista ver!
Talvez por estar condenada a um reordenamento geral tenha esta via tantas casas arrasadas, devolutas, ou em ruína. Poderá ser inimaginável, mas na Rua do Lumiar ainda há situações em pior estado. Resta acrescentar que, segundo os moradores, a área está protegida pelo IPPAR.
Também aqui não houve recuperação do património...
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Realizou-se uma sessão Extraordinária da Assembleia de Freguesia da Ameixoeira no passado dia 19 de Dezembro, com o intuito de prestar esclarecimentos à população sobre o PAT (Programa de Acção Territorial) no que se refere à Ameixoeira. Esta sessão contou com a presença da vereadora responsável à data pelo Urbanismo na CML, e da sua equipa técnica. Apesar das várias promessas apresentadas, a CDU considera que a reunião foi pouco produtiva em compromissos e medidas concretas para serem implementadas. Entretanto a vereadora suspendeu o seu mandato, pelo que se desconhecem novos dados sobre o desenvolvimento do PAT e quem é o seu actual responsável. Por enquanto, aqui deixamos alguns exemplos da degradação urbanística.
Este palacete semi-rural faz esquina da Travessa de Santo António nºs 2 e 4 com a Rua Direita da Ameixoeira, embora não tenha qualquer porta para este lado. Para quem já lá entrou, e viu o seu interior queimado e totalmente em ruínas, é uma dor de alma.
Esta casa multiplica-se em vários corpos, tendo uma quinta nas traseiras. Nesta rua a maioria dos edifícios estão também abandonados.
O jacarandá, quando florido, é um prémio inesperado e um regalo para a vista.
Também na Rua Direita há numerosos edifícios devolutos. O abandono no centro histórico da freguesia é total. Por aqui também não há recuperação do património.
A Associação de Estudos e Defesa do Património Histórico-Cultural da Freguesia da Ameixoeira bem tem repetidamente alegado a legislação em vigor de modo a que “sejam tomadas medidas tendentes a evitar que a degradação daquele património assuma consequências irreversíveis”, medidas essas que permitiriam “a intervenção expedita da Câmara Municipal de Lisboa, tendo em vista a execução do respectivo programa de reabilitação urbana”, visto competir à CML “promover as acções e o processo de recuperação e reconversão urbanística da área”.
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Nas traseiras do Largo Júlio de Castilho, esquina da Rua do Alqueidão com a Travessa do Coutinho existe uma casa em ruína com características semi-rurais, fazendo parte de um conjunto de habitações rurais do século XIX localizadas à saída da aldeia do Lumiar e do Paço do Lumiar. Ladeia um dos principais eixos do trânsito pendular entre Lisboa e as cidades limítrofes, com fachada para a Travessa, artéria quase inexistente, pois foi invadida pelo alargamento da Calçada de Carriche/Avenida Padre Cruz.
Numa distância de 100 metros ao redor há várias casas rurais, mais ou menos abastadas, algumas com características aristocráticas. Duas delas localizam-se no Parque do Monteiro Mor e foram recuperadas pelo Estado Português: o Museu Nacional do Traje, que inclui um belo e fresco parque de veraneio na encosta que desce para Odivelas, e o Museu do Teatro, que possui também um belo jardim.
Aqui não houve recuperação do património...
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