Localizada no Largo da Luz, na Freguesia de Carnide, a Feira realiza-se todos os dias, durante o mês de Setembro, entre as 11h às 24h.
De tudo ali se comercializa, desde confecção e venda de produtos alimentares em unidades amovíveis, a produtos não alimentares, como olaria, roupas, vergas, louças, móveis, artesanato entre os mais diversos artigos 1.
Ligada à tradicional romaria que se realiza anualmente, em Setembro, no Santuário de Nossa Senhora da Luz, a Feira era complemento das festividades religiosas que duravam vários dias, atraindo numerosos forasteiros da capital e arredores. Embora se possa considerar tão antiga como o próprio culto e remonte, certamente, à Idade Média, foi durante os séculos XVI e XVII que começou a adquirir maior projecção.
A romaria da Luz era muito concorrida e chegou a ter participação do Sírio da Senhora do Cabo que já vinha regularmente à pequena ermida do Espírito Santo desde 1437.
Mas, numa área essencialmente rural, os principais devotos eram os trabalhadores rurais de toda a zona norte do termo de Lisboa e até os saloios de Mafra e Sintra. Por isso, as festevidades religiosas e a feira que se lhe seguia passaram a realizar-se em Setembro, no final das colheitas de verão.
Todos os membros da nobreza em veraneio nas quintas do Lumiar, Benfica e Carnide e muitos vindos propositadamente da capital, bem como membros da Casa Real participavam ou faziam-se representar. No cortejo, a imagem de Nossa Senhora era levada numa berlinda real e acompanhada por dois coches onde seguiam os reis. O numeroso cortejo percorria as ruas de Carnide e voltava ao Santuário.
No início, a feira surgiu integrada nas festividades religiosas com barracas de comes e bebes, vendedores de medalhas, registos de santos, rosários e objectos religiosos.
Pouco a pouco, foi-se ampliando e surgiram os louceiros, vendedores de fruta, cesteiros e, por último, os negociantes de gado.
Chegou a realizar-se um mercado de gado, quinzenalmente, no segundo domingo de cada mês, mas a feira anual era o grande atractivo para os negociantes de cavalos e de gado vacum. Em 1881, por regulamento camarário (Câmara de Belém), a feira passou de três para cinco dias com mercado de gado de 8 a 11 de Setembro e os restantes produtos nos seguintes.
As barracas agrupavam-se no Largo da Luz e havia manifestações populares como corridas de bicicletas, jogos e competições desportivas, fantoches e teatro de rua. Os petiscos eram famosos, nomeadamente as farturas.
Os aristocratas deslocavam-se em carruagens próprias e os populares iam de burro ou a pé. Quando se inaugurou o elevador de S. Sebastião da Pedreira, em 1899, o percurso ficou mais encurtado, através da Estrada da Luz, por Sete Rios. Em 1929, com o estabelecimento da linha de eléctricos que ligava os Restauradores a Carnide, a acesso ficou facilitado e foi estabelecido um novo calendário, prolongando-se a feira desde o primeiro sábado até ao último domingo de Setembro 2.