O regresso da incineradora
Afinal a incineradora do Hospital Júlio de Matos acaba de obter licença de exploração definitiva para queima de lixo hospitalar, válida por cinco anos, tendo assegurado o cumprimento das condições impostas pela Declaração de Impacte Ambiental (DIA).
Segundo um comunicado do Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH), entidade que gere a incineradora, a licença foi emitida na passada 5ª fª, após uma vistoria conjunta da Direcção-Geral de Saúde, da Agência Portuguesa do Ambiente, da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, da Autoridade para as Condições de Trabalho e da Inspecção Geral do Trabalho.
O SUCH aguardava a licença desde 2005, altura em que a incineradora foi requalificada para promover a sua actualização tecnológica, o que implicou um investimento de 3,2 milhões de euros.
A incineração esteve suspensa nesta unidade durante duas semanas, em Abril, por terem sido detectadas emissões de dioxinas e furanos 30 vezes acima do limite legal. A suspensão só foi levantada a 18 de Abril, depois de serem realizadas novas análises às emissões da incineradora. A instalação funcionou desde essa altura com uma licença provisória atribuída pela Direcção-Geral de Saúde, já que o licenciamento definitivo só seria atribuído após verificação do cumprimento das condições impostas pelo secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, na Declaração de Impacte Ambiental favorável que deu à requalificação daquela unidade de queima.
Recorda-se que a incineradora terá de ser desactivada quando estiver em pleno funcionamento a nova Unidade de Tratamento, Valorização e Eliminação de Resíduos Hospitalares no Eco-Parque do Relvão, na Chamusca, como anunciou o ministro do Ambiente no mês passado. De acordo com o SUCH, esta nova unidade, prevista para o ano de 2009, terá como vantagens “a exploração de sinergias entre diferentes tipos de resíduos - hospitalares, industriais e urbanos - e tecnologias, potenciando e promovendo a eficiência energética e o respeito pelo ambiente e, consequentemente, pela saúde pública” 1.
Até lá, os moradores da zona envolvente vão desesperar durante mais cinco anos, ansiando para que, entretanto, não volte a suceder nova explosão das caldeiras. E pensava-se que a incineradora estava já de 'malas aviadas'. Afinal, a saga continua 2.
1. Ver http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1299067&idCanal=undefined
2. Ler outros artigos sobre o mesmo assunto em http://cdulumiar.blogs.sapo.pt/tag/incinera%C3%A7%C3%A3o