Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

CDU LUMIAR

Blogue conjunto do PCP e do PEV Lumiar. Participar é obrigatório! Vê também o sítio www.cdulumiar.no.sapo.pt

CDU LUMIAR

Blogue conjunto do PCP e do PEV Lumiar. Participar é obrigatório! Vê também o sítio www.cdulumiar.no.sapo.pt

Na ex-Musgueira, jovem de 16 dispara sobre ‘amigo’ de 19 anos

Sobreda, 20.09.09

A Polícia Judiciária deteve um jovem de 16 anos que deu um tiro de pistola a um ‘amigo’, de 19, por suspeitar que este tinha roubado duas peças em ouro de sua casa, porém, mais tarde esta suspeita veio a verificar-se ser falsa.

Assim, de acordo com fonte da PJ de Lisboa, os dois jovens eram amigos (de armas?) e moradores no Bairro da Musgueira (? de facto, as Musgueiras Norte e Sul já não existem), costumando frequentar a casa um do outro.
Manifestando a convicção de que o ‘amigo’ era efectivamente culpado, combinou um encontro e, de surpresa e à queima-roupa, alvejou-o na cara, acabando a bala por alojar-se na coluna vertebral, junto à cervical, num local onde não é medicamente aconselhável a sua remoção. A vítima encontra-se em estado grave.
Apesar do estado do ‘amigo’, o agressor retirou-lhe 150 euros que tinha no bolso das calças e roubou-lhe um telemóvel e um computador portátil, relatou a fonte da PJ, acrescentando que as peças em ouro acabariam por ser encontradas mais tarde e nunca tinham sido furtadas.
O detido, que está indiciado pelos crimes de homicídio qualificado na forma tentada e roubo qualificado, vai agora ser ouvido em interrogatório judicial, para aplicação de medidas de coacção, que podem ir até à prisão preventiva.
[Com ‘amigos’ destes, quem precisa de inimigos?]
 

(Apesar de tudo) Telheiras é a paixão dos seus moradores

Sobreda, 03.09.09

 

A ervanária ainda não abriu a porta, apesar de serem cinco da tarde. A loja das camisas tem o letreiro a dizer ‘aberto’, luzes acesas e trancas na porta. O restaurante está sempre de cortinas corridas, com ar de fechado para balanço. Estes estabelecimentos estão abertos, mas à porta fechada. É preciso bater à porta ou tocar à campainha para entrar.

Num beco da zona nova de Telheiras, junto ao hipermercado (da Av. das Nações Unidas), a papelaria foi assaltada duas vezes e o dono teve uma arma apontada às costas. No restaurante Lizárran, da esquina, já entraram de caçadeiras 1. A loja das camisas foi assaltada num dia de Julho e, três dias depois, foi a vez da loja de brinquedos.
As clientes do cabeleireiro foram trancadas no gabinete de estética. Uma família foi assaltada num 6º andar mas só deu por isso quando o filho não encontrou os 600 euros que estavam no mealheiro em forma de porco. O arrendamento de uma loja de 30 metros quadrados custa perto de 1500 euros. E se uns acham que não vale o preço, outros dizem que Telheiras é um bairro tão bom para se viver que merece o risco.
“Nem que me oferecessem uma casa eu vivia aqui. Isto é um bairro de casas modernas num cenário que parece de há 50 anos”, diz a dona de um café.

 

 

A empregada da engomadoria Joaninha, próxima do prédio onde, recentemente, uma adolescente de 17 anos foi violada na semana passada 2, pelo contrário, lamenta que “não dá para viver aqui. As casas são lindas, mas são mesmo para os ricos”.

O dono da loja de camisas, a quem já roubaram várias vezes camisas pela caixa de correio com um gancho comprido e que planeia pôr grades, ainda não encontrou motivos para mudar de zona: “Estou neste ramo há 20 anos e em Telheiras há cinco. A verdade é que aqui há bons clientes”.
Telheiras, com amor Quem mais morre de amores por Telheiras são os primeiros, os que foram viver para um bairro recém-nascido colado ao Estádio de Alvalade, quando Telheiras deixou de ser uma aldeia e passou a ser um bairro urbano, planeado pela EPUL nos anos 70.
O bairro urbano de Telheiras nasceu nos anos 1970 e já foi candidato a melhor bairro da Europa
O charme do bairro “Telheiras tem um carisma muito especial. Gosto muito de viver aqui”, diz uma empregada bancária de 51 anos. Desvaloriza as conversas de café sobre o violador: “Tenho a sensação de que as coisas às vezes são um bocadinho empoladas. É evidente que não há nenhum sítio que seja 100% seguro. Mas Telheiras é um bairro pacato. Os meus filhos, quando saem à noite, vêm de metro para casa sem qualquer problema. Faço parte do grupo de teatro, venho para casa sozinha à meia-noite e tal tranquilamente”.

 

 

O crime diminuiu? A verdade é que naquela noite houve cinco violações na Grande Lisboa, só uma delas em Telheiras. E o chefe da PSP da 19ª esquadra de Telheiras garante: “Estou aqui desde 1991 e nunca houve tão pouca criminalidade como agora. Os casos de criminalidade mais badalados foram facilmente resolvidos com brigadas à civil”.
A EPUL escolheu Telheiras para se candidatar ao ‘Prix Rotthier 2008 - O Melhor Bairro da Europa’ 3. O que tem Telheiras para ambicionar ser o melhor da Europa?
Os moradores respondem sem esforço. O mesmo que tem para lhes ser tão querido. Ruas - quase todas - impecavelmente limpas e ‘sem cocós’, parques infantis, espaços verdes, escolas bem cotadas nos rankings, prédios com isolamento e pintados como novos, garagens, comércio tradicional, uma associação de residentes activa, bons acessos, proximidade do centro de Lisboa, tranquilidade de aldeia, zona de bares e esplanadas “simpáticas e concorridas”.
Na classe média alta “é um bairro muito bem frequentado, com médicos, políticos, procuradores, professores universitários. Costumo dizer que sou o único não doutor do meu prédio”, diz um reformado de cabelos brancos que segura os óculos no nariz. E há mais: “É um bairro jovem, com gente bonita”.
Confirma-se: a freguesia do Lumiar é uma das mais populosas de Lisboa e também uma das mais jovens. Porque o bairro renova-se.
“A minha filha também vive aqui", continua o reformado, que comprou um T3 em 1980 por 8 mil contos (hoje um T3 custa entre os 200 e os 350 mil euros). “Nós somos a primeira geração de Telheiras. Mas já há uma segunda geração que escolhe aqui viver”, diz um casal que há 15 anos vê em Telheiras “o local ideal para viver em Lisboa” - apesar de a filha ter sido assaltada no elevador sob a ameaça de um x-acto.
Depois há a tal segunda geração de telheirenses. Vive há quatro anos numa Telheiras renovada que se estendeu para Carnide e para o Paço do Lumiar e só tem razões para dizer bem. “Está dentro de Lisboa mas é sossegado. Tem metro e transportes, mercearias de bairro faseadas com hipermercados, bares à noite e uma óptima biblioteca municipal com internet grátis”, enumera um jovem técnico de gestão de projectos de 25 anos.

 

 

Moradores e comerciantes disparam mil justificações para que o bairro - que ficou conhecido como o “bairro dos doutores” e onde o mais fácil é encontrar prédios iguais cor-de-rosa barbie - tenha episódios pontuais de criminalidade.
“Se fosse um bairro pobre, os ladrões não vinham para aqui, não é?”, questiona a dona do Claket Café, forrado a posters de cinema. E assume entre dentes que, apesar de nunca ter tido problemas, no Inverno fecha a porta às 18h30 e só atende quando vê que a pessoa a espreitar pelo vidro “é conhecida”.
Falam da concentração de riqueza, da proximidade do bairro da Horta Nova, das casas vazias durante o dia “num bairro cada vez mais dormitório”, dos riscos de ter uma estação de metro fim de linha e “ponto de paragem de autocarros vindos da Damaia e da Pontinha”, da arquitectura do bairro com becos e arcadas, onde “é fácil esconder e fugir”.
O chefe da esquadra não duvida que o chavão de bairro de classe média/média-alta é o melhor íman para os assaltantes: “Sabe-se que Telheiras é uma zona de bons carros e como as pessoas têm um melhor nível de vida é mais provável que tenham ouro e outros bens valiosos em casa”.
O futebol tem as costas largas e chega ao pódio no vox-pop. Todos os moradores, sem excepção, dizem que os maiores problemas de Telheiras chegam nos dias de jogo. Males de um bairro plantado entre os dois estádios dos grandes e colado a Alvalade quase como um pega-monstro.
“Já me chegaram a estacionar na rampa de acesso à garagem”, afirma uma moradora que da janela avista os azulejos coloridos do estádio de Tomás Taveira. O residente ‘não doutor’ do “bairro dos doutores”, fala antes de um “aproveitamento do futebol” com convicção: “Vêm pessoas de todo o sítio ao futebol. Não digo os adeptos, mas os que vêm com eles. Há mais gente no bairro, passam mais despercebidos. Veja, a violação foi num dia de futebol” 4.
 

Bombinha estraga festa na Charneca

Sobreda, 01.09.09

A PSP foi obrigada a evacuar o recinto onde decorriam as festas da Freguesia da Charneca, depois de dois cidadãos brasileiros terem lançado ‘uma bomba’ de gás-pimenta.
O caso aconteceu já na madrugada de domingo, pela 01h30 e só não causou consequências maiores porque já estavam “poucas pessoas na festa”, segundo esclareceu fonte da Junta de Freguesia.
A PSP esclareceu que os dois suspeitos actuaram depois de desavenças com um outro grupo. A PSP foi chamada ao local e surpreendeu um dos suspeitos a lançar um objecto para o recinto. “Foi apreendido o spray gás-pimenta e uma navalha e os dois suspeitos, de 19 e 35 anos, acabaram detidos”.
Algumas pessoas que se encontravam no recinto sentiram irritação nos olhos, consequência do spray gás-pimenta, mas não necessitaram de ser transportadas ao hospital para serem assistidas por um médico.
A PSP evacuou o recinto, no Campo das Amoreiras, e pôs um ponto final na festa, na qual “o baile já tinha terminado, estavam poucas pessoas”.
Segundo a PSP, todos os anos há desacatos naquela festa. “Ainda assim este foi o único incidente registado este ano”. A festa continuou na noite de domingo. No próximo ano, prevê-se que a festa continue, com ou sem bombinha.
 

E se o sismo tivesse ocorrido em Portugal?

Sobreda, 11.04.09

Um sismo de magnitude 2,5 na escala Richter foi ontem sentido em Portugal, com o epicentro localizado próximo do Montijo, informou o Instituto de Meteorologia.

O sismo, que foi registado às 8h30 nas estações da Rede Sísmica do Continente, não causou danos pessoais ou materiais. Segundo o Instituto de Meteorologia, o abalo foi sentido com intensidade máxima II (escala de Mercalli modificada) na Moita, tendo sido igualmente sentido nas freguesias ribeirinhas de Lisboa 1.
Mas, se porventura tivesse ocorrido um sismo semelhante ao de Itália na zona de Lisboa, que consequências teria? Parece uma pergunta de retórica mas não é. O Simulador de Cenários Sísmicos do LNEC (LNECloss) permite dar-lhe resposta.
Por encomenda de um semanário, o LNEC imaginou um cenário em que um sismo de origem local e de intensidade semelhante ocorria em Lisboa. O epicentro arbitrado foi Sacavém e o sistema adaptou a ocorrência à realidade portuguesa, desde os solos ao tipo de povoamento, características das construções, etc.
O resultado seria 3.598 edifícios destruídos, mais 11.680 gravemente danificados, correspondendo a 1.160 mortos e 168.467 desalojados. Ou seja, um balanço muito mais negro que o do sismo de L'Aquila, basicamente por ocorrer numa região muito mais densamente povoada. Ainda assim, o número de mortos representaria 0,038% dos habitantes da Grande Lisboa e o número de casas destruídas ou muito danificadas 3,2% do parque edificado.
Os gráficos (que acompanham o texto on-line) ilustram a forma como esta situação se sentiria no terreno, sendo patentes duas observações: à medida que nos afastamos para longe do epicentro os efeitos diminuem, com algumas anomalias explicáveis devido à constituição do subsolo e a diferentes condições de propagação das ondas sísmicas.
Um investigador do LNEC sublinha tratar-se de “um mero cenário para estudo” e não de algo “que seja provável acontecer”. Outra das simulações já feitas diz respeito à ocorrência de um terramoto com a magnitude e o epicentro do de 1755, com os piores valores a ocorrerem no Algarve. Esta simulação não teve em conta os efeitos de um eventual tsunami na costa portuguesa, situação ocorrida no séc. XVIII.
O LNECloss integra dados sobre a sismicidade passada, as características dos solos, o tipo de construções e a distribuição da população. Um sistema de informação geográfica permite implantar com rigor os diversos dados no mapa. Introduzindo os dados de um sismo podem simular-se os efeitos até à escala de freguesia.
O simulador permite traçar planos para minimizar os efeitos de um futuro tremor de terra (licenciamento, construção, recuperação, protecção civil, etc.) e, a ocorrer uma catástrofe, acompanhá-la em tempo real, ajudando a organizar a resposta e gerir mais eficazmente os meios de socorro.
O simulador, já plenamente operacional, nasceu de um projecto financiado pelo Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil em 2002 para a Grande Lisboa mas continuou a ser desenvolvido desde então. Futuramente já integrará o factor tsunami (pelo menos para o Algarve) e poderá ser consultado ‘on-line’ por utilizadores profissionais (Câmaras, Protecção Civil, projectistas, etc.) 2.
 

Comandantes da PSP declaram guerra a Costa

Sobreda, 09.04.09

Quando a paz parecia reinar na capital entre a Câmara e a PSP, os oficiais desta polícia vêm agora lançar um feroz ataque ao presidente da CML, considerando ‘inaceitável’ que interfira na estratégia de segurança da cidade.

O director nacional da PSP vai confrontar-se com ter de se confrontar com o município, para cumprir o ‘acordo de paz’ que fizera com o presidente da CML, na sequência das críticas deste ao policiamento da cidade. António Costa queria o reforço da Polícia Municipal com elementos da Divisão de Trânsito da PSP, pretensão que está a ser alvo de negociações com o Governo. Mas os comandantes desta polícia não admitem sequer essa possibilidade.
Pela voz do presidente do Sindicato Nacional de Oficiais de Polícia (SNOP), a organização que os representa, avisam desde já o presidente da CML que vão estar ‘atentos’ a qualquer movimentação nesse sentido.
“Esperamos que não se ponha sequer a hipótese de transferir gente da PSP para a polícia municipal”, afirma o dirigente máximo dos oficiais da polícia. Este comandante operacional (da Divisão de Loures), lembra que “numa altura em que há evidente escassez de meios humanos na PSP, agravado pelo aumento da área territorial e populacional, é inconcebível que se transfiram elementos para outras entidades. Se não fazem falta na Divisão de Trânsito podem ser colocados noutros departamentos operacionais da polícia, incluindo o policiamento de proximidade”.
O desagrado dos oficiais da PSP com o actual presidente da CML e ex-ministro da Administração Interna é latente. “É inaceitável para nós que tenha usado a PSP para o confronto político”, devido a António Costa ter criticado o policiamento em Lisboa e acusado a PSP e o Ministério da Administração Interna (MAI) de falta de estratégia para a cidade, tendo revelado “uma grande incoerência, porque, quando foi titular do MAI, fez um estudo para fechar esquadras em Lisboa”.
O presidente do SNOP sublinha que a situação na polícia é “neste momento muito grave” com as “condições de trabalho cada vez mais precárias para fazer face à criminalidade crescente”. A tal ponto que “há cada vez mais pessoal, incluindo oficiais, a pedir para sair da PSP” e entrar noutras forças de segurança ou para o sector privado, por exemplo, “ainda hoje assinei um pedido de um operacional meu, em cuja formação a PSP investiu, que quis sair para se candidatar ao curso de praças da GNR”, destacando que os novos agentes “são os que mais têm sofrido com as condições com que são obrigados a desempenhar as suas funções” e ele há “situações dramáticas”, garante.
A maior parte dos recém-formados são colocados em Lisboa, Porto ou Setúbal, áreas onde os preços são mais altos, e “estão por sua conta para alugar casa e comprar comida, enquanto na GNR isso é assegurado pelo comandos, onde o regime de aquartelamento permite que os novos soldados ali fiquem instalados e libertá-los desta despesa”. Com os agentes da PSP a passar por “grandes dificuldades económicas”, os oficiais exigem um mínimo de “dignidade” para os homens que comandam.
No caso de Lisboa, é também a segurança dos munícipes que está em causa.
 

Assaltantes de ‘confiança’

Sobreda, 13.01.09

Segundo fonte da Polícia Judiciária (PJ), os assaltos à mão armada a residências particulares estão a ocorrer com maior incidência, devido ao aumento da criminalidade associada a factores de violência, tratando-se de “uma forma que não estava tão explorada e que tem vindo a sê-lo, fruto do aumento da criminalidade e da crise social e económica”.

Nos últimos seis meses, a directoria de Lisboa da PJ registou 58 assaltos à mão armada a residências particulares, o que segundo a mesma fonte “não é nada de alarmante”. Na maioria deles, os assaltantes surgem encapuzados e “actuam de surpresa”.
Segundo a PJ, por estranho que pareça, é frequente haver uma “relação entre os assaltantes e as vítimas”, pois os suspeitos “sabem o que vão encontrar” no interior das residências ou procuram muitas vezes “fazer justiça com as próprias mãos para reaver dívidas”, de negócios ilícitos associados, por exemplo, ao tráfico de droga.
Há mesmo situações em que os assaltantes planeiam ao pormenor o assalto, procurando vigiar as habitações e “estudar os hábitos de vida dos moradores”, até mesmo em habitações com sistema de videovigilância. Muitas vezes, fazem-se passar por “funcionários de empresas como a TV Cabo, EDP, dos CTT e (até) falsos polícias”.
Foi o que aconteceu há uma semana na Grande Lisboa. Os assaltantes “tocaram à porta, identificaram-se como sendo funcionários da TV Cabo e levaram bens”. Os alvos são normalmente “computadores (portáteis), telemóveis, jóias, dinheiro e tudo o que seja fácil de transportar” 1.
Para evitar que mais assaltos desta natureza ocorram, a PJ alerta os cidadãos para a necessidade de “não abrir as portas ao primeiro impulso e ter sistemas de segurança”, usar uma simples corrente na fechadura que impeça a abertura total da porta.
Da mesma forma, quando alguma pessoa disser que é funcionário do Estado ou de uma empresa privada, deve ser exigida a apresentação das respectivas credenciais por debaixo da porta e, em caso de dúvida, não hesitar em contactar a polícia. A PJ alerta ainda para quando se aperceber de estranhos a entrar no prédio em que habita, “não entre. Volte para trás e espere”. Por último, pessoas que vivam sozinhas não devem relatar essa situação a pessoas que não conheçam.
Segundo os dados da secção de roubos da Directoria de Lisboa da PJ havia, no final do ano passado, 800 processos por resolver relativos a assaltos com recurso a violência. Os casos de carjacking e homejacking - roubos de carros e casas com violência sobre os ocupantes ou moradores - contribuem para o elevado número de processos actualmente sob investigação: 58 só nos últimos seis meses 2.
 

Cadastrado reincidente volta a ficar em liberdade

Sobreda, 02.01.09

As zonas do Lumiar e Odivelas foram, no domingo à noite, palco de uma perseguição policial digna de um filme de acção. Em 15 minutos, um homem roubou um carro, tentou atropelar um polícia, chocou com cinco viaturas e fez vários quilómetros em contramão. Foi presente a tribunal e saiu em liberdade, apesar de ter cadastro.

O insólito episódio, narrado pelo Comando Metropolitano de Lisboa da PSP ao DN, começou por volta das 22.15. Um homem de 43 anos estacionou uma carrinha na Rua Luís de Freitas Branco, no Lumiar, deixou as chaves em cima do banco do condutor e o vidro aberto e, quando se afastava, reparou num sujeito que se aproximava da viatura em passo acelerado. Voltou para trás, mas foi ameaçado pelo suspeito, que deu a entender ter uma arma no bolso e fugiu com a carrinha.
Contactada pela vítima, a polícia reconheceu o ladrão: um homem, de 28 anos, toxicodependente, residente em Odivelas. É conhecido pela prática de furtos do interior de viatura naquela zona - o seu modo de vida -, e estava sujeito a apresentações periódicas na área de residência, que não cumpria desde Agosto.
Dois agentes da PSP de Benfica, à paisana, localizaram o suspeito, pelas 22.20, junto ao interface do Campo Grande, mas quando este se apercebeu da presença dos polícias, iniciou uma fuga a alta velocidade, tentando, sem sucesso, atropelar o agente que estava apeado.
Seguiu em sentido proibido, desrespeitando semáforos e passadeiras, e dirigiu-se para a Calçada de Carriche, que desceu em contramão, quase colidindo com um autocarro. Entrou em contramão na rotunda do Senhor Roubado, saiu num sentido proibido em direcção a Odivelas, e aí percorreu várias artérias sempre em contramão. Na Rua José Gomes Ferreira, um carro da PSP tentou parar a carrinha em fuga mas, ao desviar-se, acabou por embater num passeio. O fugitivo continuou e, no cruzamento com a Rua Cândido dos Reis, chocou com três viaturas que estavam estacionadas.
O Opel Muvano ‘foi abaixo’ e os polícias tentaram, mais uma vez, abordar o suspeito, que conseguiu voltar a ligar o carro e seguiu. Atravessou um jardim e embateu em mais um carro, mas continuou, e colidiu com um reboque da PSP.
Voltou à rotunda do Senhor Roubado, onde o esperava uma barreira policial, que conseguiu travar o homem. Eram 22h35. Foi reconhecido, detido e revistado, tendo-lhe sido apreendida uma navalha.
O detido foi presente ao DIAP (Departamento de Investigação e Acção Penal) de Lisboa na manhã do dia seguinte (2ª fª) mas voltou a ficar em liberdade, sujeito a apresentações periódicas na sua área de residência 1.
A mesma medida de coacção que já lhe tinha sido aplicada e que não cumpria há quatro meses. Situação aliás recorrente na justiça portuguesa 2.
 

PSP alarga policiamento de proximidade

Sobreda, 02.01.09

Segundo a Direcção Nacional da Polícia de Segurança Pública, a PSP vai alargar o Programa Integrado de Policiamento de Proximidade (PIPP) a 60% do seu dispositivo territorial até ao final do ano, os principais objectivos são promover uma maior proximidade entre a PSP e os cidadãos e reforçar o sentimento de segurança entre a população são os do PIPP.

Criado em 2006, o policiamento de proximidade abrangeu inicialmente as 20 freguesias da 1ª divisão do Comando Metropolitano de Lisboa. Actualmente, já se encontra junto das populações da divisão de Vila Franca de Xira e de Sintra.
Além da região de Lisboa, o PIPP está também a funcionar junto de duas esquadras do Porto, três dos Açores e em bairros do Funchal, São João da Madeira, Beja, Braga, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Guarda, Peniche, Portalegre, Abrantes, Montijo, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu.
Segundo a Direcção Nacional da PSP, os elementos policiais que constituem estas equipas, designados por agentes de proximidade, têm como missão a prevenção e a vigilância em áreas comerciais e residenciais maioritariamente habitadas por idosos, prevenção da violência doméstica, apoio às vítimas de crime e acompanhamento pós-vitimação, além da identificação de problemas que possam interferir na segurança dos cidadãos e detecção de “cifras negras”.
Este trabalho dos agentes de proximidade “é mais do que o tradicional policiamento”, passando também pelo “apoio social e acompanhamento”, com os agentes no local a detectarem e sinalizarem os problemas e a fazerem a ponte com as entidades para que estes sejam solucionados, só descansando “quando vêem a solução totalmente resolvida”.
O PIPP é constituído por Equipas de Proximidade e de Apoio à Vítima (EPAV), Equipas do Programa Escola Segura (EPES) e Equipas de Proximidade de Ciclo Patrulhas (EPCP). Enquanto as EPES são responsáveis pela segurança e vigilância nas áreas escolares, as EPCP apenas se encontram implementadas em certas zonas e só actuam durante o Verão.
Segundo a Direcção Nacional da PSP, até ao momento já foram formados 1.272 elementos para estas equipas especiais. Este policiamento de proximidade destina-se também ao combate do “furto de rua”, como carteiristas, furto a residências e a interior de automóveis.
 

A pulseira dos bons costumes

Sobreda, 08.12.08

Há três meses que o medo se instalou nas zonas da Cidade Universitária, Campo Grande, Alvalade e Entrecampos. Os responsáveis por este sentimento de insegurança, vivido sobretudo no seio da comunidade estudantil, são dois homens de 24 e 27 anos que desde o início de Setembro roubavam pessoas sob ameaça de uma faca.

Agora, “os indivíduos foram apanhados na sequência de um mandado de detenção emitido pelo Ministério Público. A análise das denúncias feitas e os testemunhos das vítimas conduziram aos sujeitos já conhecidos da polícia”, tendo sido identificados mais três indivíduos, também suspeitos da prática de roubos, mas que ainda estão por localizar.
Os dois indivíduos seguiam as potenciais vítimas, abordavam-nas em locais isolados com o auxílio de uma faca com a qual as ameaçavam e coagiam de forma violenta de modo a impedir que resistissem. Em seguida, segundo a polícia, retiravam os haveres às pessoas, coagindo-as a dizer o código dos cartões de débito. “Enquanto um dos suspeitos vigiava as vítimas, o outro deslocava-se a uma caixa multibanco e efectuava diversos levantamentos”, informou a PSP, sublinhando que com esta actividade os dois homens obtiveram lucros superiores a dez mil euros.
Face a esta onda de criminalidade, terá sido “incrementado um reforço da vigilância policial, através de elementos à civil” junto aos locais onde os crimes foram assinalados. O objectivo do aumento do número de efectivos foi “terminar com este flagelo” caracterizado pela “violência com que [os dois sujeitos] actuavam”.
A dupla, autora de pelo menos 22 roubos e suspeita de ter cometido mais onze, foi detida na passada 3ª fª pela PSP em Chelas, bairro onde residem. Presentes a tribunal, ambos os sujeitos ficaram em prisão preventiva 1.
Possivelmente, em breve terão direito à pulseira do costume 2 e ao regresso às actividades do costume no espaço público do costume.
 

Pulseiras electrónicas para controlo de agressores

Sobreda, 23.11.08

O Governo aprovou uma proposta para reforçar o combate à violência doméstica, prevendo a possibilidade de o agressor ser detido fora de flagrante delito e a utilização de meios electrónicos para controlo à distância dos arguidos.

E o Ministério da Justiça vai adquirir 50 pulseiras para controlar à distância os agressores e evitar que se aproximem das vítimas, estando o equipamento disponível a partir do primeiro trimestre de 2009.
O equipamento, com um custo previsto de 300 mil euros, é composto por dois dispositivos, um deles instalado no agressor (pulseira) e outro na vítima (pager) e uma caixa centralizadora de informação que fica colocada nos serviços de Reinserção Social.
“É uma forma electrónica de controlar os agressores. O equipamento já foi adquirido, vamos entrar numa fase de testes e depois será utilizado em 50 casos em todo o país”, explicou o secretário de Estado adjunto e da Justiça. O objectivo é utilizar o equipamento como medida cautelar “para evitar que as agressões continuem”.
A função do equipamento, “é a de impedir que aquele que é indiciado com agressor se possa aproximar da vítima”. Contudo, para que este equipamento possa ser utilizado, a vítima tem de dar o seu consentimento ao juiz 1.
O consecutivo adiamento destas soluções acabam por, frequentemente, originar situações de insegurança pública que colocam em risco a própria vida dos cidadãos 2.